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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PROFISSÃO PROFESSOR OU ADEUS PROFESSOR, ADEUS PROFESSORA? Exigências educacionais contemporâneas e novas atitudes docentes

TEXTO 03
Síntese e comentário.
O trabalho docente não está restrito ao pedagógico, ele carrega influências externas como as diferentes concepções de homem e sociedade, bem como do papel da escola frente a esses contextos.
Na prática escolar encontramos professores que baseiam seu trabalho em fórmulas canônicas, bem como aqueles que se influenciam nas tendências da moda. O risco nesse caso é o de acabar usando certas práticas sem um estudo mais profundo das técnicas e da sua eficácia. O que Saviani descreveu como o professor com a cabeça escolanovista numa realidade tradicional.
Em seu texto Libâneo discorre sobre as tendências pedagógicas utilizadas nas escolas mostrando o que há realmente por trás dessas tendências. Por exemplo, dentro da pedagogia liberal ele aponta quatro tendências. A tendência liberal tradicional tem a idéia de uma escola que tem por função preparar o aluno pra desempenhar papéis na sociedade a partir de suas próprias aptidões; porém o que realmente acaba sendo fortalecido são as diferenças entre as classes. A tendência liberal progressivista reforçaria o papel da cultura no desenvolvimento dessas aptidões individuais. Ou seja, o aluno sai preparado para “enfrentar” a sociedade aprendendo a “imitar” a vida. Na tendência renovada não-diretiva a escola assume o papel de desenvolver atitudes, ou seja, tem mais foco em questões psicológicas, do que em questões pedagógicas ou sociais. Com isso, espera-se promover uma mudança interna no aluno para que ele possa se adequar ao ambiente no qual vive. Por último, a tendência tecnicista, totalmente voltada a uma ordem social que privilegia o capitalismo, onde o ensino empregado é totalmente articulado com o sistema produtivo.
Já dentro da pedagogia progressista, Libâneo aponta três correntes: a libertadora (também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire), a libertária e a tendência crítico-social dos conteúdos. A tendência libertadora e a libertária defendem a autogestão pedagógica e a antiautoristarismo. A libertadora vincula educação e luta de classe do oprimido, garantindo a ele o real conhecimento e conceituação de sua realidade. A libertária defende o uso prático para a incorporação do conhecimento, ou seja, o aluno precisa vivenciar para significar. Na crítico-social dos conteúdos a proposta é promover um confronto dos conteúdos com as realidades sociais, assim é preciso acentuar a importância desses conteúdos.
De acordo com o que apresenta Libâneo, percebemos que as tendências liberais (tradicional, renovada e tecnicista) não têm compromisso, nem em transformar a sociedade, tampouco com as transformações que já acontecem, assumindo assim uma posição neutra, mesmo que, na verdade, pretendem sim legitimar uma ordem social e econômica já estabelecida pelo capitalismo. Ao contrário do que se vê nas tendências progressistas, que propõem uma posição analítica e crítica desse sistema capitalista. Com sua posição empirista e marxista, essas tendências querem que o aluno produza e reproduza conhecimento, com texto próprio a partir do conhecimento de mundo que ele adquire com o suporte da escola.
Correntes modernas que vão de encontro com a necessidade de se formar homens! Homens que pensam, que expõem seus pensamentos e que estão também preparados para negociá-los e mudá-los sempre que, e se for necessário. Escola formadora, acima de tudo, de gente e não de mais robôs.




REF
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? : novas exigências educacionais e profissão docente. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

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